Escolheram um líder fascista para o maior português. foram só 160.000 em 10 milhões. Mas eleger Salazar não foi só uma tristeza nacional como uma vergonha internacional. sobretudo com Aristides Sousa Mendes tão perto. Já esqueceram o que era ter medo de falar, de não poderem juntar-se mais de 3 pessoas numa conversa sem ser uma conspiração; ter medo de votar; ter medo do vizinho que se dizia informador da PIDE. MEDO.
Mais um prego no caixão: a extrema direita candidata-se à associação de estudantes da faculdade de direito. só pensar no futuro da justiça na mão de alguém que admite não ser a favor da igualdade é simplesmente assustador. Mas abençoados: não têm problemas de se socorrerem dos direitos que negam aos outros.
Dia triste este....
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3 comments:
Eh, que exagero......
Se bem te recordas, a censura começou por ser a do próprio programa que não queria meter o Salazar na lista dos candidatos. E depois de muita discussão, lá deixaram o homem entrar.
Depois, a vitória de Salazar e o 2º lugar do Cunhal (2 ditadores, um que esteve no poder e o outro que não o conseguiu mas ia atirando Portugal para uma guerra civil em Novembro de 1975) não tem qualquer relevo. Os cerca de 260 mil votos totais foram pagos. Uma verdadeira consulta democrática e válida deve requerer voto livre. Este resultado foi mais um protesto de uns e brincadeira de outros, no que toca à vitória de Salazar. E uma demonstração da perca de capacidade do PCP de mobilizar os seus militantes para levarem o Cunhal a mais do que o 2º lugar.
Mais válida (mas menos mediática) do que a votação é uma sondagem livre e a vários escalões etários, representativa do povo português (parece pelo menos ser) uma sondagem de opinião que está no site da RTP e que dá a vitória ao D. Afonso Henriques.
Resta ainda relembrar que a censura também existe no pós-"25 de Abril". Esquecendo o triste episódio de não quererem incluir o Salazar na lista do programa... Temos ainda o governo do Guterres, por exemplo, que em Abril de 1994 censurou um conjunto de livros, obrigando à sua recolha das livrarias e posterior destruição. Um deles sei que era o "Mein Kampf", escrito pelo Hitler. Independentemente da (falta de) qualidade de tal livro, parece-me que "eliminá-lo" não abona em favor de uma liberdade pregada por um partido de esquerda.
Isto não é nenhuma vergonha para Portugal... Vamos dar a cada coisa o seu peso real e não vamos cair em escândalos e paragonas de "Correio da Manhã" ou "24 Horas". Só é escândalo se o deixarmos ser.
Quanto à extrema-direita estar a candidatar-se à associação de estudantes da faculdade de direito... E que mal tem? Vamos censurar isso? O problema é se forem eleitos. Mesmo assim, não acaba o mundo. Le Pen nas últimas presidenciais teve mais de 30% da 1ª volta. França não "morreu". Na Austria, já lá vão quase 4 anos, foi eleito um governo (que formou coligação para governar com maioria) de ideologia neo-nazi. A Áustria ainda aí anda.
É preciso "dranquilidade"...
Amiga, não fiques triste. Por enquanto, ainda temos a memória suficientemente fresca do que foi "o tempo da outra senhora" para não fazermos asneira quando o voto for a sério.
Neste caso, fiquei com a nítida sensação de que a própria RTP começou a minimizar o programa quando começou a ver a inconsistência do resultado que ia ter, o que se revelou pelo atraso na apresentação do resultado, pela forma discreta como o fizeram, enfim. Foi triste, sim. Mas, mais triste ainda do que Salazar ter sido o mais votado, foi a reacção das pessoas que lá estavam!
Não vi o programa em directo, só os resultados e os comentários da Odete Santos que alguém me enviou do YouTube, à laia de piada.
Realmente o Cunhal em segundo lugar vem provar mais uma vez que os extremos são assustadoramente próximos.
E não me orgulho nada da censura literária quase por baixo da mesa - com o Mein Kampf foi também um dos livros do Saramago - não sei se foi o Envangelho Segundo Jesus Cristo - que levou que o Saramago se largasse de vez para a "islita".
Também tenho esperança que este culto aos tempos da outra senhora seja mais ignorância de alguns que falta de memória. Dos mortos rapidamente se esquecem as faltas e recordam-se "os bons momentos".
A nossa liberdade acaba quando começa a dos outros - e só a ideia de quem defenda que ma tirem, devia ser abolida. A Excepção que confirma a regra.
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