Lembram-se de um anuncio que circulou na net à uns anos que rezava assim:
"Sheila - Lindíssima, irresistível, seios fartos, bumbum de ouro, corpo escultural, nível universitário, poliglota, educadíssima, super-carinhosa. Tenho tantas qualidades que nem sei porque é que fui virar puta."
Não faço a mínima ideia de que terá acontecido à rapariga que pôs este anuncio mas sempre que penso na quantidade de pessoas que têm imensas qualidades e que "não vão a lado nenhum" (enquanto que outros menos qualificados, às vezes mal formados, chegam a sitios invejáveis), lembro-me da Sheila.
Na verdade, quem é que pelo menos alguma vez, no sentido que dei acima, não se sentiu uma "sheila"? Quem é que não sentiu que o seu potencial estava a ser mal aproveitado, que merecia melhor sorte, que as portas certas não se abriram e mesmo procurando-as não as encontrou?
Este é o retrato da Geração Mileurista espanhola, que não é muito falada por cá, mas que é o retrato da minha geração do lado de lá da fronteira: licenciados, poliglotas, com formação até dizer chega que não ganham mais que os 1000 euros mensais e adiam planos de vida. Lá potencial têm mas não saem da cepa torta: estão a utilizar bem abaixo do nivel ideal as suas potencialidades. No fundo, como a "Sheila". Bumbum de ouro à parte.
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