de Eugénio de Andrade (1923 - 2005)
em "Os Amantes sem Dinheiro", 1950
Adeus
Já gastámos as palavras pela rua, meu amor,
e o que nos ficou não chega
para afastar o frio de quatro paredes.
Gastámos tudo menos o silêncio.
Gastámos os olhos com o sal das lágrimas,
gastámos as mãos à força de as apertarmos,
gastámos o relógio e as pedras das esquinas
em esperas inúteis.
Meto as mãos nas algibeiras e não encontro nada.
Antigamente tínhamos tanto para dar um ao outro;
era como se todas as coisas fossem minhas:
quanto mais te dava mais tinha para te dar.
Às vezes tu dizias: os teus olhos são peixes verdes
E eu acreditava.
Acreditava.
porque ao teu lado
todas as coisas eram possíveis.
Mas isso era no tempo dos segredos,
era no tempo em que o teu corpo era um aquário,
era no tempo em que os meus olhos
eram realmente peixes verdes.
Hoje são apenas os meus olhos.
É pouco, mas é verdade,
uns olhos como todos os outros.
Já gastámos as palavras.
Quando agora digo: meu amor
já se não passa absolutamente nada.
E no entanto, antes das palavras gastas,
tenho a certeza
que todas as coisas estremeciam
só de murmurar o teu nome
no silêncio do meu coração.
Não temos já nada para dar.
Dentro de ti
não há nada que me peça água.
O passado é inútil como um trapo.
E já te disse: as palavras estão gastas.
Adeus.
Wednesday, October 25, 2006
Friday, August 18, 2006
Alone....
by Edgar Allan Poe
From childhood's hour I have not been
As others were---I have not seen
As others saw---I could not bring
My passions from a common spring.
From the same source I have not taken
My sorrow; I could not awaken
My heart to joy at the same tone;
And all I lov'd, I loved alone.
Then---in my childhood---in the dawn
Of a most stormy life---was drawn
From ev'ry depth of good and ill
The mystery which binds me still:
From the torrent, or the fountain,
From the red cliff of the mountain,
From the sun that 'round me roll'd
In its autumn tint of gold---
From the lightning in the sky
As it pass'd me flying by---
From the thunder and the storm,
And the cloud that took the form
(When the rest of Heaven was blue)
Of a demon in my view.
From childhood's hour I have not been
As others were---I have not seen
As others saw---I could not bring
My passions from a common spring.
From the same source I have not taken
My sorrow; I could not awaken
My heart to joy at the same tone;
And all I lov'd, I loved alone.
Then---in my childhood---in the dawn
Of a most stormy life---was drawn
From ev'ry depth of good and ill
The mystery which binds me still:
From the torrent, or the fountain,
From the red cliff of the mountain,
From the sun that 'round me roll'd
In its autumn tint of gold---
From the lightning in the sky
As it pass'd me flying by---
From the thunder and the storm,
And the cloud that took the form
(When the rest of Heaven was blue)
Of a demon in my view.
Wednesday, July 05, 2006
Obrigada Selecção!!
Wednesday, June 28, 2006
Verdad :-)
No me importa nada - LUZ CASAL
Si juegas a quererme,
yo juego a que te creas que te quiero,
buscando una coartada
me das una pasión que yo no espero,
y no me importa nada,
tu juegas a engañarme,
yo juego a que te creas que te creo,
escucho tus bobadas acerca del amor y del deseo,
y no me importa nada, nada,
que rías o que sueñes, que digas o que hagas,
y no me importa nada,
por mucho que me empeñe estoy jugando
y no me importa nada...
Si juegas a tenerme
yo juego a que te creas que me tienes;
serena y confiada, invento las palabras que te hieren,
y no me importa nada,
tu juegas a olvidarme, yo juego a que te creas que me importa,
conozco la jugada, sé manejarme en las distancias cortas,
y no me importa nada, nada,
que rías o que sueñes,
que digas o que hagas, y no me importa nada,
por mucho que me empeñe,
que digas o que hagas,
y no me importa nada...
Y no me importa nada, que rías o que sueñes, que digas o que hagas,
y no me importa nada, que tomes o que dejes, que vengas o que vayas,
y no me importa nada,
que subas o que bajes, que entres o que salgas,
y no me importa nada...
--------
:-)
Si juegas a quererme,
yo juego a que te creas que te quiero,
buscando una coartada
me das una pasión que yo no espero,
y no me importa nada,
tu juegas a engañarme,
yo juego a que te creas que te creo,
escucho tus bobadas acerca del amor y del deseo,
y no me importa nada, nada,
que rías o que sueñes, que digas o que hagas,
y no me importa nada,
por mucho que me empeñe estoy jugando
y no me importa nada...
Si juegas a tenerme
yo juego a que te creas que me tienes;
serena y confiada, invento las palabras que te hieren,
y no me importa nada,
tu juegas a olvidarme, yo juego a que te creas que me importa,
conozco la jugada, sé manejarme en las distancias cortas,
y no me importa nada, nada,
que rías o que sueñes,
que digas o que hagas, y no me importa nada,
por mucho que me empeñe,
que digas o que hagas,
y no me importa nada...
Y no me importa nada, que rías o que sueñes, que digas o que hagas,
y no me importa nada, que tomes o que dejes, que vengas o que vayas,
y no me importa nada,
que subas o que bajes, que entres o que salgas,
y no me importa nada...
--------
:-)
Wednesday, May 31, 2006
Friday, March 17, 2006
Com um sorriso nos lábios...
Canção de Alterne
Rui Veloso
"Espuma das Canções"
Pára de chorar
E dizer que nunca mais vais ser feliz
Não há ninguém a conspirar
Para fazer destinos
Negros de raiz
Pára de chorar
Não ligues a quem diz
Que há nos astros o poder
De marcar alguém
Só por prazer
Por isso pára de chorar
Carrega no batom
Abusa do verniz
Põe os pontos nos Is
Nem Deus tem o dom
De escolher quem vai ser feliz
Pára de sorrir
E exibir a tua felicidade
Só por leviandade
Se pode sorrir assim
Num estado de graça
Que até ofende quem passa
Como se não haja queda
No Universo
E a vida seja moeda
Sem reverso
Por isso pára de sorrir
Não abuses dessa hora
Ela pode atrair
O ciúme e a inveja
Tu não perdes pela demora
E a seguir tudo se evapora
Rui Veloso
"Espuma das Canções"
Pára de chorar
E dizer que nunca mais vais ser feliz
Não há ninguém a conspirar
Para fazer destinos
Negros de raiz
Pára de chorar
Não ligues a quem diz
Que há nos astros o poder
De marcar alguém
Só por prazer
Por isso pára de chorar
Carrega no batom
Abusa do verniz
Põe os pontos nos Is
Nem Deus tem o dom
De escolher quem vai ser feliz
Pára de sorrir
E exibir a tua felicidade
Só por leviandade
Se pode sorrir assim
Num estado de graça
Que até ofende quem passa
Como se não haja queda
No Universo
E a vida seja moeda
Sem reverso
Por isso pára de sorrir
Não abuses dessa hora
Ela pode atrair
O ciúme e a inveja
Tu não perdes pela demora
E a seguir tudo se evapora
Tuesday, February 21, 2006
Subscribe to:
Posts (Atom)